Publicidade
“Rádio e TV tiveram papel central no enfrentamento às enchentes”, diz Agert
No relatório social de 2024, chamado “Colapso ambiental: convocação cívica”, entidade traz entrevistas com pesquisadores e profissionais ligados à área ambiental
Publicado em 22/11/2024 às 09:19
Capa “Rádio e TV tiveram papel central no enfrentamento às enchentes”, diz Agert

O relatório social da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), publicação anual feita pela entidade que congrega 299 empresas de comunicação, se propõe como um instrumento de diálogo entre os profissionais das emissoras jornalísticas e os demais setores da sociedade. 4i3m4v

Na edição de 2024, publicada pela Agert, o tema central foi o papel das emissoras de Rádio e TV na transmissão de informações importantes durante o enfrentamento à catástrofe climática vivida no estado entre maio e junho deste ano.

Além do trabalho exercido durante as enchentes, o relatório ressalta a importância dos meios de radiodifusão na propagação de alertas e comportamentos preventivos. De acordo com os entrevistados no relatório, as emissoras precisam intensificar esse tipo de campanha informativa daqui para a frente, trabalho que deve ser de alta relevância frente às catástrofes climáticas futuras.

“Cabe às emissoras de rádio e TV o papel fundamental de ajudar a educar e conscientizar ouvintes e telespectadores sobre a necessidade de vivermos esta nova realidade, com bases científicas de sustentabilidade nas áreas ambiental, social e de governança corporativa”, afirmou o presidente da Agert, jornalista e radialista Roberto Cervo Melão.

“A Agert faz um chamamento aos colegas radiodifusores. Após o momento mais crítico, há urgência de mudanças. É preciso avaliar os acontecimentos e agir para que tragédias como essa não se repitam”, pontuou a vice-presidente de Capacitação da Agert e coordenadora do Relatório Social, Myrna Proença.

O relatório traz entrevistas com o climatologista e Pesquisador Sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), Carlos Nobre; a executiva e coordenadora Técnica de MBA da USP, Carla Branco; o especialista em istração Pública pela London School of Economics e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Marcel Fukayama e o professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS e Secretário Executivo do Comitê Científico do RS, Joel Goldenfum.

Confira agora algumas falas dos entrevistados no relatório:

“Nós temos que capacitar as crianças na sua formação educacional para que elas saibam o que fazer nessa questão (em cenário de enchentes). Um dos melhores exemplos do mundo é o Japão. Todas as crianças são educadas para saber exatamente o que fazer quando tem um alerta de terremoto. Esse é um detalhe que nós temos discutido, principalmente para as escolas em áreas de risco ou próximas a áreas de risco, para as crianças serem educadas para se protegerem desses eventos”, ressalta Carlos Nobre.

“A gente precisa prestar contas à sociedade do que as empresas fazem, o que os governos fazem, e para isso a gente precisa de transparência na informação e informação de qualidade. Tem que ter gente preparada, profissional, apurando informação, verificando a veracidade, checando se aquilo ali não é fake news, se tem evidência, se não foi uma coisa tirada da cabeça de alguém”, aponta Carla Branco.

“Existe um ponto de “não retorno” que me parece que nós já cruzamos. Então, catástrofes e calamidades como essa, provavelmente, não foram a primeira nem serão a última. A gente tem que estar preparado para que essa reconstrução do Rio Grande do Sul promova um caminho mais resiliente e responsivo, ou seja, que para futuros eventos como esse a grande Porto Alegre, as grandes cidades, as cidades satélites que foram tremendamente afetadas, como São Leopoldo, possam responder e superar essa questão”, reflete Marcel Fukayama.

“No caso de Porto Alegre, a atualização do plano diretor está ocorrendo agora. É um momento interessante para sugestões e avaliações sobre o plano, não apenas na questão da impermeabilização, mas na forma de ocupação de áreas que possam ser de risco de desastres. Eu acho que poderia ter havido, sim (medidas de prevenção). As Prefeituras poderiam ter se mobilizado (após as cheias de 2023)”, avalia Joel Goldenfum.

Fotos

Publicidade